Digestão mais lenta? Entenda o porquê.
A expectativa, a surpresa, a ansiedade, a insegurança e o medo fazem parte da gestação. Assim como, as alterações fisiológicas e anatômicas que sentimos desde o início. Com certeza, o aparelho reprodutor é a região do corpo que mais sofre mudanças. Em segundo lugar, temos o Trato Gastrointestinal seja um dos mais afetados.
Mudanças no Trato Gastrointestinal
O Sistema Digestório começa na boca e vai até o anus. Por extensão, é a área de maior contato entre meio externo e meio interno, equivalente a um campo de futebol.
Também chamado segundo cérebro, o intestino está intimamente ligado ao nosso cérebro, enviando informações que influenciam no funcionamento de outros sistemas e em como nos sentimos.
Dessa forma, tudo que consumimos impacta diretamente em nosso bem-estar físico e emocional. Primeiro devemos cuidar da saúde da mãe, fornecendo os nutrientes que o corpo precisa e retomando algumas funções importantes. Veja abaixo as principais mudanças.
Imunidade da boca
A digestão começa na boca, com a mastigação e a produção de saliva. Além da lubrificar, a saliva tem componentes importantes à imunidade, fosfato, bicarbonato e proteínas que mantém o ph da boca mais neutro. Um ambiente ácido favorece a ação de micro-organismos e o aparecimento de cárie. Por isso, as gestantes devem se preocupar com a higiene bucal.
Menos ácido
Por outro lado, a acidez é essencial ao estômago na digestão dos alimentos. Contudo, durante a gestação, o estômago produz menos ácido clorídrico. Em excesso, esse ácido causa azia e refluxos, mas quando equilibrado protege nosso estômago de infecções.
Hormônios e vesícula
Os hormônios responsáveis pela gestação também afetam a vesícula biliar, pela redução da motilidade e aumento do colesterol. Enquanto o estrogênio aumenta a secreção de colesterol, a progesterona reduz a secreção de ácido biliar. Tais mudanças provocam um esvaziamento mais lento da vesícula que pode favorecer a formação de cálculos (pedras).
Digestão lenta
Fora a pressão causada pelo deslocamento dos órgãos abdominais, a digestão fica mais lenta porque há redução do tônus do aparelho gastrointestinal. O estômago tem menos força de contração para movimentar o bolo alimentar, enquanto o intestino perde motilidade, ficando mais lento. O que contribui à sensação de estarmos mais pesadas e cansadas.
Alteração na microbiota intestinal
Muitas gestantes sofrem de Disbiose Intestinal e hipermeabilidade, desiquilíbrios da microbiota devido à baixa secreção dos sucos digestivos, uso de certos medicamentos, alcoolismo, tabagismo e alimentação desregrada.
As paredes do intestino possuem uma camada de muco fundamental na absorção dos nutrientes e na proteção do organismo. O microbioma desequilibrado é um dos fatores que reduz a produção de muco.
A hipermeabilidade ocorre quando a barreira mucosa e a integração entre as células da parede intestinal são perdidas. O tecido fica mais exposto, permitindo a passagem de macromoléculas e agentes infecciosos.
Já o desequilibro da disbiose intestinal está relacionado à presença e distribuição das bactérias da microbiota. Como resultado há uma redução na capacidade do intestino em absorver nutrientes que afeta na digestão, no sistema imunológico e bem-estar.
A hipermeabilidade pode ser a causa da disbiose, assim como a disbiose pode gerar a hipermeabilidade.
Desse modo, a mulher tem dificuldade em absorver macro e micronutrientes. Assim como o bebê que também tem maior tendência a desenvolver cólicas, alergias, rinites e outras doenças.
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